Em um frizer foram encontrados 60 quilos de carne de cachorro e dois gatos inteiros que - segundo policiais - seriam vendidos a restaurantes orientais. A dupla foi presa.
As investigações começaram há um mês, quando policiais da 2ª Delegacia de Saúde Pública receberam uma denúncia de que restaurantes orientais na região do Bom Retiro, na região central da capital paulisya, vendiam carne de cachorro. A venda e o consumo de carne desse tipo de animal são proibidos no Brasil.
Para comprovar o crime que seria praticado há três anos, os policiais passaram a frequentar os restaurantes e descobriram o telefone e o endereço do fornecedor. Em uma das ligações, a polícia encomendou a carne. Segundo a polícia, o dono da casa - que teria confessado o crime - pegava os animais da rua.
Semanalmente, o casal vendia 10 carcaças - o preço variava entre R$ 180 e R$ 220, dependendo do tamanho. "Eles matavam com um machado e, depois, queimavam o couro com maçarico", afirmou o delegado titular da 2ª Delegacia, Anderson Pires Jeanpaoli. Após serem mortos sobre uma tábua de madeira, os animais eram pendurados em um gancho para o sangue escorrer. Em seguida, eram cortados em pedaços e congelados.
Segundo a lei estadual (SP) nº 11.977, os "animais domésticos, aqueles de convívio do ser humano, dele dependentes, e que não repelem o jugo humano" não podem ser criados para o consumo.
Conforme os investigadores, o dono da casa admitiu que pegava qualquer animal na rua. Alguns eram mantidos no quintal, para engorda, esperando pela encomenda.
O casal, que mora com dois filhos, queimava os restos dos animais. A polícia encontrou uma roda de fogueira com o crânio de um cachorro, cinzas e ossos de animais. Foi achado ainda um caderno com a lista de clientes e cinco cachorros vivos que, segundo o advogado de defesa, eram de propriedade do casal.
Comer carne de cachorro é uma tradição milenar na Coréia do Sul. Ali, a maior parte dos restaurantes que servem carne canina estão no interior do país. No centro de Seul, é difícil encontrar restaurantes que sirvam pratos com a carne.
Interditados dois restaurantes
A Vigilância Sanitária interditou - pouco depois da diligência policial - os dois restaurantes acusados de vender carne de cachorro no bairro Bom Retiro, na região central de São Paulo, e recolheu todos os alimentos encontrados na dispensa dos estabelecimentos.
Segundo o técnico de vigilância sanitária Flávio Damas, além dos indícios de venda de carne de cachorro, os restaurantes apresentam sinais de más condições de higiene. No estabelecimento "Por que chama", o cheiro de carne e de especiarias ainda emanava no final da tarde.
Um dos restaurantes tinha pratos cujos preços variavam de R$ 20 até R$ 250. No cardápio, há a foto de um cão e a inscrição em caracteres coreanos: "quem entende sabe que é bom". O prato mais caro servia o cão assado, com pimentão, cebolinhas e especiarias.
O outro estabelecimento era discreto e não anunciava na fachada que se tratava de um restaurante. Os donos dos dois restaurantes foram presos.
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