terça-feira, 12 de julho de 2011

ESTUDO REVELA TRAUMA EM CAES QUE FICAM SOZINHOS EM CASA

Você sofre em deixar seu amigo peludo sozinho em casa toda vez que sai para trabalhar? Bom, ele pode estar sofrendo ainda mais do que você, segundo revelou uma pesquisa feita por John Bradshaw, diretor do Instituto de Antrozoologia da Universidade de Bristol.
Bradshaw e uma equipe especializada em animais instalaram câmeras em casas de 20 donos de cães. Todos eles aparentemente ficavam felizes com a ausência dos tutores, porém depois de analisar as imagens, o pesquisador descobriu que alguns andavam em círculos e apresentavam a respiração mais ofegante.
Outro estudo realizado por Bradshaw com sete ninhadas de labradores e cinco de border collies mostrou que mais da metade dos labradores e quase a metade dos border collies exibiram sinais de desespero que duraram mais de um mês.
No livro Em Defesa dos Cães, publicado recentemente, o pesquisador conta como o seu labrador costumava roer sua cama, a mobília e o papel de parede quando ficava sozinho em casa. Segundo Bradshaw, em casos mais extremos alguns cães se automutilam.
Ficou com pena do seu amigo peludo? Não precisa entrar em desespero, John Bradshaw dá algumas dicas para ajudá-los a lidar com esse sentimento. “Os cães têm um tipo diferente de memória. Não são bons em raciocínio e não pensam que aquilo que fizeram há uma hora pode gerar uma bronca agora. Por isso não punam seus animais por danos causados quando são deixados sozinhos. Eles não entenderiam o porquê da penalidade”, diz.
Bradshaw diz ainda que a chave para tornar a situação menos sofrível para os cães é ensiná-los que ver você saindo de casa pode trazer resultados positivos. Por exemplo, você poderia voltar de surpresa antes do horário normal, mesmo que por um curto período, só para fazer um agrado. Depois, lentamente, pode aumentar o tempo de permanência fora de casa até o cachorro ser deixado sozinho o dia todo.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

10 Mandamentos

Antes de adquirir um animal, considere que seu tempo médio de vida é de 12 anos. Pergunte à família se todos estão de acordo, se há recursos necessários para mantê-lo e verifique quem cuidará dele nas férias ou em feriados prolongados.



Adote animais de abrigos públicos e privados (vacinados e castrados), em vez de comprar por impulso.


Informe-se sobre as características e necessidades da espécie escolhida – tamanho, peculiaridades, espaço físico.


Mantenha o seu animal sempre dentro de casa, jamais solto na rua. Para os cães, passeios são fundamentais, mas apenas com coleira/guia e conduzido por quem possa contê-lo.



Cuide da saúde física do animal. Forneça abrigo, alimento, vacinas e leve-o regularmente ao veterinário. Dê banho, escove e exercite-o regularmente.


Zele pela saúde psicológica do animal. Dê atenção, carinho e ambiente adequado a ele.


Eduque o animal, se necessário, por meio de adestramento, mas respeite suas características.


Recolha e jogue os dejetos (cocô) em local apropriado.



Identifique o animal com plaqueta e registre-o no Centro de Controle de Zoonoses ou similar, informando-se sobre a legislação do local. Também é recomendável uma identificação permanente (microchip ou tatuagem).



Evite as crias indesejadas de cães e gatos. Castre os machos e fêmeas. A castração é a única medida definitiva no controle da procriação e não tem contra-indicações.

sábado, 21 de agosto de 2010

REPRODUÇÃO CANINA



A gata é fecundada geralmente pela primeira vez aos cinco meses. É com essa idade que ela tem o seu primeiro cio e se torna sexualmente adulta. O cio dos gatos não tem período determinados. Nos climas temperados os acasalamentos são mais freqüentes durante a primavera e podem durar de três dias a três semanas. Se a fêmea não é fecundada, ela começa imediatamente um novo período de cio.

Na época da reprodução, a gata emite um grito característico e de grande alcance que alerta todos os machos da vizinhança. O comportamento, nessa época, tanto do macho, como da fêmea, muda completamente. O animal se torna subitamente selvagem, inquieto, e vaga de dia e de noite à procura de seu companheiro (ou de sua companheira). Todos nós já fomos acordados alguma noite por seus gritos que lembram o choro de uma criança. Os machos lançam a combates implacáveis para resolver apenas a questão da precedência, uma vez que, no fim das contas, a fêmea será servida, a curtos intervalos, por todos os machos. A gata pode dar à luz, numa mesma ninhada, a filhotes originados de vários machos, podendo cada um deles ser de um pai diferente.

A gestação dura em média 62 dias, mas também nisso o gato é individualista, e ela pode variar de 59 a 69 dias. A mãe prepara com antecedência um leito macio e confortável num lugar tranqüilo. Seu instinto faz com que ela esconda a prole de modo que o pai não descubra, pois ele não hesitará em devorá-la.

Na hora do nascimento, cada gatinho nasce num envoltório que a mãe rompe ao limpar o filhote, ela come a placenta o que estimula a produção de leite. Ela não se contenta em apenas amamentar seus filhotes, mas passa grande parte do tempo a lambê-los e lustrá-los com sua língua áspera. A gata é uma excelente mãe e, é ainda capaz de amamentar cachorrinho, coelhinho e mesmo ratinhos órfãos.

terça-feira, 20 de julho de 2010

OPERAÇÃO MATA CACHORRO CONTINUA





O Projeto de Lei 510/10, de autoria do deputado estadual Feliciano Filho, obriga a realização de exame de contra prova em animais cujo primeiro diagnóstico laboratorial acusou um resultado positivo, ficando o Poder Público obrigado a realizar os exames comprobatórios de Leishmaniose Visceral Canina de forma gratuita pelos órgãos competentes, ou mesmo em laboratórios particulares, devidamente credenciados na Rede Oficial do Ministério da Saúde, desde que o proprietário do animal pague os custos.
Tal exame hoje é proibido de ser realizado de acordo com Manual de Vigilância e Controle da Leishmaniose Visceral Americana do Estado de São Paulo, exceto por pedido judicial.
Hoje no Brasil os teste realizados chegam a um índice de erro de FALSO POSITIVO de até 48%, portanto o número de animais mortos indevidamente pode chegar a números assustadores.
No dia 17 de Julho de 2010 o Governador do Estado Alberto Goldman VETOU(anexo) o PL 510/10. tendo como um dos fatores determinantes para tal a indicação do CRMV-SP.
Ao redigir o referido Projeto de Lei, com o suporte tecnico de especialistas reconhecidos mundialmente no combate à LVC, a intenção de Feliciano foi a de evitar que animais sejam mortos indevidamente, obtendo desta forma um diagnóstico de certeza para a LVC, para termos o conhecimento real e preciso da quantidade de animais infectados com essa importante zoonose, a fim de proteger também os humanos.

Entendemos que somente embasados em dados técnicos confiáveis sobre o número real de animais infectados pela Leishmaniose Visceral Canina, técnicas mais eficazes poderão ser desenvolvidas para diminuir sua disseminação, possibilitando o controle ético e humanitário da doença e o correto tratamento em seres humanos.
"Ainda não é o fim, vamos lutar para derrubar o VETO ao PL 510/10 na Assembleia Legislativa de São Paulo, e desta forma obrigar a realização de exames de contra prova nos cães, acabando desta forma com a matança indiscriminada de animais por Leishmaniose." Feliciano Filho

Saiba maishttp://matarnaoresolve.blogspot.com

" O homem não pode e não deve deliberar sobre a vida de um animal, pois isto é uma prerrogativa divina "Dep Feliciano Filho
Lilian RockenbachAssessoria
O Dep Feliciano Filho, foi eleito no estado de São Paulo, para defender principalmente as causas relacionadas à PROTEÇÃO ANIMAL.
Feliciano Filho é deputado estadual pelo PV-Campinas .
Acima de tudo ele é um Protetor de Animais.
É também fundador da UPA em Campinas, uma ONG que cuida de 250 animais resgatados de Abandono e Maus Tratos.

sábado, 12 de junho de 2010

Como evitar que o Gato demarque territorio

Os gatos, como diversos outros animais, podem urinar e defecar para fazer demarcação do território e, assim, atrair parceiros sexuais, afastar competidores e reconhecer mais facilmente objetos e áreas novas. Essa prática, funcional para os gatos em determinadas circunstâncias, costuma produzir cheiro bastante desagradável para os humanos. Mas, felizmente, é possível evitar a demarcação adotando algumas técnicas.

Reconhecimento da demarcação
Ao contrário do que faz quando deseja simplesmente se aliviar, o gato não enterra as fezes e a urina ao demarcar. Para propagar melhor a sua sinalização, ele lança a urina de modo a espalhar bem o odor. Posiciona-se de costas para o alvo e lança um jato direcionado para trás – de um jeito que parece sair do ânus – atingindo facilmente as superfícies, tanto horizontais como verticais. A demarcação com fezes também ocorre, embora seja mais rara. O gato defeca sobre o local no qual deseja deixar a marca dele.

Efeito da castração
Pesquisas demonstram que cerca de 90% dos problemas de demarcação podem ser solucionados com a simples castração. Depois dela, diminui significativamente a concentração de hormônios sexuais no gato e as conseqüentes demarcações para atrair o sexo oposto e para afastar indivíduos do mesmo sexo.

Controle do território
Os gatos são obcecados pelo controle do território. Precisam conhecer cada pedacinho do espaço que lhes pertence. Por isso, quando o ambiente onde vivem é modificado, costumam ficar ansiosos. Sentem necessidade de analisar cuidadosamente o que possa significar perigo para eles – objetos, pessoas, animais e espaços desconhecidos.
Tudo o que é novidade, depois de demarcado, se torna mais facilmente reconhecível em futuras aproximações. Por isso, é comum gatos urinarem em bolsas e malas de visitas, em cortinas e sofás novos, etc.

Introdução de objetos dentro de casa, ou seja, no território do gato
Você pode ajudar a tornar menos assustadores para o felino os objetos recém-introduzidos na casa e, desse modo, evitar despertar nele o desejo de demarcá-los. Por exemplo, ao chegar um sofá novo, transfira para ele alguns cheiros conhecidos. Esfregue no móvel as suas mãos ou outra parte do corpo. Atraia o gato até a novidade – se precisar de ajuda, recorra a petiscos ou catnip, a erva do gato – e faça-o ter contato com o objeto de modo que o odor dele também fique impregnado ali.

A importância da boa sociabilização
Para tornar o gato mais confiante cada vez que estiver diante de uma nova situação, procure acostumá-lo desde filhote a ter contato com diversas pessoas, locais e objetos. Gatos pouco sociabilizados podem achar necessário demarcar sofás, janelas, revistas, etc., sempre que uma visita humana “invadir” o território deles.
Quando bem sociabilizado, o gato tende a aceitar com mais tranqüilidade as mudanças e novidades que ocorrem no hábitat. Ou seja, tem menos necessidade de fazer demarcação cada vez que passa por uma situação nova.

Cuidado com a presença de outros gatos
O gato pode sentir que o território dele está ameaçado ao perceber nos arredores a presença de outro gato. A visita de um exemplar vindo da rua é capaz de fazer o gato da casa se desesperar e urinar por toda parte. Ver um outro gato pela janela às vezes basta para ativar a demarcação. Mas olhar pelas janelas costuma ser um bom entretenimento para o felino – o bloqueio dessa possibilidade só deve ser adotado em último caso.

Como lidar com novos territórios
Estar num local desconhecido pode ser bastante assustador para o gato. Por isso, introduza-o aos poucos num novo espaço. Inicialmente, mantenha-o em cômodo pequeno, com água, comida e caixa sanitária, e vá “apresentando” gradativamente cada nova área. Ele estará pronto para iniciar uma nova inspeção quando demonstrar estar bem ambientado ao que já viu, ou seja, quando estiver comendo, descansando, urinando e defecando normalmente.

Hábitos antigos
Alguns gatos adquirem o hábito de demarcar periodicamente determinados objetos ou locais. Nesse caso, podemos dificultar o acesso aos alvos ou tentar torná-los desagradáveis para o gato. Fita adesiva de dupla face colada sobre uma superfície na qual o gato se apóia pode ser o suficiente para fazê-lo perder o interesse pelo local. Outra técnica é revestir com plástico um objeto habitualmente demarcado. Se a urina, ao ser espirrada, bater no plástico e respingar no gato, ele provavelmente ficará incomodado a ponto de abandonar o hábito.
Revista Cães & Cia, n. 307, dezembro de 2004

segunda-feira, 31 de maio de 2010

A Copa chegou.

A proposta é protegermos os animais durante as comemorações da Copa.

Comemorações com fogos de artifício são traumáticas para os animais, cuja audição é mais acurada que a humana.

Quando usamos fogos de artifício, muitos animais da fauna silvestre morrem e sofrem alterações do ciclo reprodutor.

Cães, gatos e cavalos sentem palpitações, taquicardia, salivação, tremores, sensação de
insuficiência respiratória, falta de ar, náuseas, atordoamento, sensação de irrealidade, perda de
controle, medo de morrer.

Essas alterações físicas provocam, na conduta do animal. tentativas descontroladas de escapar, incentivadas pelo estado de pânico, que pode durar minutos ou mesmo horas, dependendo do tempo que durem as comemorações com fogos.

Os cães latem em desespero e enforcam-se nas correntes. Eles e os gatos escondem-se em locais minúsculos, fogem para nunca mais serem encontrados, provocam acidentes nas vias públicas e são vítimas de atropelamento.

Há animais que, pelo trauma, mudam de temperamento e chegam até ao suicídio.

Adotando alguns procedimentos simples, pode- se diminuir o sofrimento deles: procure um veterinário para sedar os animais, no caso de cães muito agitados; evite acorrentá-los, pois poderão enforcar-se acomode-os em um cômodo dentro da casa onde possa mantê-los em segurança, fechando as portas e janelas, bem como proporcionando iluminação suave evite deixar muitos cães juntos pois, excitados pelo barulho, podem brigar até à morte dê alimentos leves, pois distúrbios estomacais provocados pelo pânico levam à morte identifique seus animais com placas na coleira, para o caso de fuga tente colocar tampões de algodão nos ouvidos deles estenda cobertores nas janelas e no chão, para abafar o som. Cubra-os com um edredon; deixe o guarda-roupas aberto, mas prepare-se porque eles poderão urinar, por medo coloque-os próximos a rádios ou TV ligados e vá aumentando o volume, antes dos fogos; cubra as gaiolas dos pássaros

Florais de Bach: rescue + cherry plum + rock rose + mimulus + vervain + sweet chestnut ( * )
Estas essências, combinadas, funcionam bem para cães, gatos, aves e eqüinos

Mande preparar em farmácia de manipulação ou homeopática, sem conservantes (ÁLCOOL, GLICERINA e similares), e guarde-a na geladeira (dura todo o vidro, independente do que digam)
Dê 4 vezes ao dia, diretamente na boca do animal: 2 gotas para pequenas aves; 4 gotas para gatos e cães de pequeno e médio porte; 6 gotas para cães de grande porte.
Para eqüinos, coloque 30 gotas no bebedouro, 4 vezes ao dia.
Comece a ministrar o Floral 2 ou 3 dias antes das comemorações e continue até uma semana após.

domingo, 30 de maio de 2010

CCZs; nem anjos nem demônios


Conheça melhor o interior desse órgão e como ele tem lidado com os desafios impostos pela complexa função que exerce


Eles são vistos por muitos como inimigos, mas cumprem funções essenciais para o funcionamento de qualquer metrópole. Conheça melhor a realidade de alguns dos Centros de Controle de Zoonoses do país e as ferramentas que têm para enfrentar as conseqüências da superpopulação e do abandono de animais.

Mudanças ao longo do tempo
Até o final dos anos 80, cães e gatos domiciliados ou à solta, eram exclusivamente uma questão de saúde pública no Brasil. Na década seguinte, o sucesso do combate à raiva por meio da vacina, o novo papel dos animais no seio da família (o “fenômeno pet”) e projetos pioneiros como o da ARCA Brasil em Taboão da Serra marcaram o fim de uma era puramente sanitarista. Junto desse processo nasceu uma nova geração de técnicos de saúde interessados não apenas em combater zoonoses, mas também no bem estar dos animais.

Mais recentemente, já no século XXI, o conceito de posse responsável, controle populacional e bem-estar tornaram-se mais conhecidos, tendo a própria saúde pública como parceiro de destaque. Um marco dessa fase foi a criação em 2000 da Secretaria Especial de Promoção e Defesa dos Animais (SEPDA) no Rio de Janeiro. Pela primeira vez um grande município brasileiro dedica uma pasta para essa questão. Hoje são seis pontos de castração espalhados pela cidade e 40 profissionais veterinários terceirizados para realizá-las. De acordo com a assessoria de imprensa do órgão, são em média 180 procedimentos diários, o que somaria cerca de 50 mil castrações por ano, o equivalente a quase 8% da população estimada de 650 mil cães e gatos do município. Outras cidades passaram a experimentar a alternativa do sistema de soltura, em que capturam o animal, vermifugam, vacinam contra a raiva, castram e liberam o bicho de novo no local de apreensão.

Dúvidas e rupturas
Em 2008 uma lei ambiciosa proibiu a eutanásia no estado de São Paulo (saiba mais) provocando polêmicas e alterando a rotina dos órgãos de controle. Os CCZs deixam de ser um lugar onde a maioria dos animais permane cerca de uma semana e tornam-se abrigos municipais. Neste novo papel, os órgãos param de recolher animais de forma sistemática.

Maria de Lourdes Reichmann, pesquisadora na área de saúde pública do Instituto Pasteur, propõe reflexões sobre essa nova realidade: “Os CCZs acabam não fazendo recolhimento de ‘animais de risco’ [aqueles transmissores de doença, os que podem causar acidentes de trânsito ou mordeduras – considerados cerca de 3% da população] porque os canis e gatis estão lotados. A permanência por longo período no CCZ também não é boa para o animal. Ao serem submetidos ao confinamento os bichos passam por um processo de atrofia muscular além de estarem suscetíveis à variação de temperatura ambiental”.


Segundo Reichmann as mudanças no órgão têm outras conseqüências: “O fato do CCZ se tornar um abrigo pode influenciar até no combate de outras doenças como a febre amarela ou a dengue, por exemplo. A verba, definida para cada município, não aumenta e no momento passa a ser mais direcionada para cães e gatos porque agora eles precisam de melhor assistência, ração e medicamentos. Esse custo tem que sair de algum lugar”. A especialista lembra que nos EUA os abrigos são sustentados com o valor da multa dos que transgridem leis de convivência com os bichos.

O CCZ de Santos (SP) passou por mudanças que dão novos rumos a essa “disputa” por verbas. Uma lei local transferiu o controle de cães e gatos para a secretaria do meio ambiente, com o nome de Coordenadoria de Proteção à Vida Animal (Codevida). “A experiência em Santos, assim como no Rio de Janeiro – com uma secretaria própria – são muito significativas e podem indicar uma quebra de paradigma”, analisa Marco Ciampi, presidente da ARCA Brasil. Ele lembra ainda que as mudanças devem ser acompanhadas de aportes orçamentários para aparelhamento do órgão e treinamento de pessoal.

No mesmo sentido, o CCZ do município de São Paulo, em uma iniciativa conjunta das Secretarias da Saúde e do Verde e Meio Ambiente descentralizou suas atividades e lançou o Programa de Proteção e Bem-Estar de Cães e Gatos (Probem). A novidade chegou com um aporte financeiro recorde de $9,2 milhões (R$4 milhões para a campanha publicitária) e a promessa da contrução de um centro de adoção, reforma do atual prédio além da ampliação de convênios de castração com ongs e a promessa de castrar 100 mil em um ano (pouco mais de 3% da população de cães e gatos estimada na cidade). Em 2009 foram 40 mil animais castrados e até agora o novo prédio ainda não surgiu. No momento, por motivos de superlotação, o órgão recolhe apenas em caso de mordedura com vítima atendida em pronto socorro municipal, invasão de locais públicos (ex. escolas, hospitais) ou se o animal está em estado terminal em espaço público.

Os abrigos de ongs estão superlotados. Protetoras se descabelam tentando realizar uma dezena de adoções por mês. Aparentemente ninguém tem espaço esses “animais de risco”. Se você se pergunta o que acontecerá com eles, saiba que essa é uma dúvida dos próprios CCZs paulistas, com seus minguados orçamentos, pessoal reduzido e muitas vezes incompreendidos pela própria população. Castrar e não abandonar os animais certamente faz parte da solução, mas a questão é muito mais complexa. Veja a seguir o exemplo dos órgãos públicos onde, de alguma forma, se tenta solucionar essa equação.


Enfrentando a realidade
O CZZ de Taubaté é conhecido por sua estrutura. Tem canis de adoção, canis coletivos e canis de tratamento, todos com rampas e estrados para os animais não ficarem sobre a umidade. Os gatis têm o ambiente enriquecido com objetos para distrair e recrear os bichanos. Fornece atendimento veterinário básico e mantém campanhas permanentes de castração, com mutirões duas vezes por semana, só realizando a cirurgia depois de o proprietário passar por uma palestra sobre posse responsável.

Com apenas 3 veterinários, o órgão consegue realizar 250 castrações por mês. No entanto esse número, que deve ser encorajado, atinge em um ano 5% da população de cerca de 60 mil cães e gatos estimada pelo próprio CCZ. Pesquisas dos Estados Unidos indicam que o equilíbrio populacional é atingido apenas quando 70% da população se encontra castrada. Antes de realizar projeções, é preciso lembrar da baixa expectativa de vida desses animais. A população canina do município de São Paulo, por exemplo, se renova a cada três anos (média de vida desses bichos na metrole segundo estudo reunido da USP, Unip, Unicsul e Metodista).

De acordo com Milene Femini, coordenadora do CCZ de Taubaté, o local abriga 351 cães, 91 gatos e 21 cavalos, recebe de 10 a 15 pedidos de recolhimento por dia, atendendo apenas cães doentes, fêmeas no cio, ninhadas de filhotes e cães agressivos. Alguns dos animais recebidos são soltos na rua após três dias, depois de serem tratados, vacinados, vermifugados e castrados. “Uma pessoa da comunidade se responsabiliza pelo pós-operatório e por observar o bicho no ambiente”, explica Femini.

O Departamento de Controle de Zoonoses (Dezoon) de São Vicente, também com 3 veterinários e média de 250 castrações mensais, por determinação de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), utiliza um método semelhante desde 2003. “Após captura, realizada apenas quando há solicitação de munícipes e se o animal não tiver proprietário, os animais são medicados, vermifugados, vacinados contra a raiva e castrados, ficando disponíveis para doação durante o pós-operatório. Se não forem adotados, são soltos no mesmo local da apreensão”, diz Maria Roseli, chefe veterinária do Dezzon. O órgão só realiza a soltura com cães adultos de médio e pequeno porte sem histórico de agressividade e identifica os animais com coleiras e tatuagens (o sistema de microchips está para ser implementado).

“Notamos ao longo dos anos que um grande número dos animais liberados acaba sendo adotado pela vizinhança, por já estarem castrados. Outros tornam-se cães comunitários. Entretanto, muitos munícipes não concordam com o TAC e criticam a liberação de cães devido a problemas higiênicos e possibilidade desses animais contraírem e transmitirem doenças” explica Maria Roseli.

Estes também são os receios que Maria de Lourdes Reichman, do Instituto Pasteur: “A problemática da soltura de animais é que se mantêm o risco de transmissão de outras doenças que não a raiva”, alerta a especialista. Além da possibilidade de ataques e acidentes, ela cita estudos que comprovam a baixíssima expectativa de vida dos animais errantes e chama a atenção para o perigo do contato desses cães e gatos com os animais silvestres, em busca de alimento em regiões com mata.

Para Reichman, seria necessário que esses animais fossem mantidos sob estrito controle. Somente nesses moldes estudos sugerem a prática como medida de emergência de controle para países em desenvolvimento. Entidades apoiadas pela Humane Society International, uma das principais ongs de proteção, têm replicado esse método em países como Índia, Indonésia, Equador, Costa Rica e Bahamas.

Pistas para uma solução
assim como todos aqueles que se importam com os animais anseia por uma sociedade livre de abandono e sofrimento, mas com os pés plantados no chão da realidade presente. “O quadro só mudará quando fatores que incluem prevenção, educação, cidadania, fiscalização e punição forem incorporados. Cabe ao poder público agir com responsabilidade e planejamento, mobilizando recursos para estrutura e treinamento de pessoal ” enumera Marco Ciampi, presidente da entidade.

No momento, praticamente todos os CCZs do estado tem restrições com relação aos pedidos de recolhimento. Enquanto isso 8 mil moradores estão sendo realocados da favela da Av. Águas Espraiadas na cidade de São Paulo, e ninguém sabe o destino dos animais da região